"O boi do pobo"
Aguarela s/ tela
100 x 80 cm
2009
100 x 80 cm
2009
Terras de Barroso nas penedias
graníticas erodidas, gastas pelos tempos, ventos e neves; cabeços arredondados
onde pouco medram urzes, onde resistem os torgos, onde pasta o gado de olhos
tristes; estreitos vales de águas gélidas.
E o Homem recolhido na capa de
burel, ligado a esta paisagem de "austeridade e força telúrica",
irmanado com os iguais na teimosia de viver na frieza do planalto.
Não desenho nem pinto as terras de
barroso e, no entanto, a marca indelével das primeiras imagens vividas estará
comcerteza presente, estruturando e dando sentido ao acto de criatividade.
Agrada-me que estas pinturas
reencontrem os seus lugares primeiros. Outras vivências, em outros lugares,
foram-lhe dando formas e cores, revestindo-as de expressões culturais e emoções
diversas, mas elas restam atadas, definitivamente amarradas às suas origens.
Porfírio Alves Pires
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